((( VINILGRAFIAS )))

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Body Count - Body Count [1992]



*Revista Bizz [Dezembro/1992]

Ice-T cometeu o máximo no cada vez mais explícito flerte entre rap e metal. Ele é espelho, sabe que seu rap não basta para garantir a atenção da mídia branca e o jeito é apelar para o rock. Mas é um oportunista com categoria. Com o Body Count, ele detona um hardcore furioso, uma metralhadora alucinada que atira em todas as direções. Não deu outra! Assim como as balas foram, tiveram resposta em forma de represálias generalizadas contra a banda. Aquela história da polícia do Texas reclamando de "Cop Killer" e forçando a gravadora a retirar a faixa do disco. Então você já sabe: nada de "morra, morra, morra porco... foda-se a polícia", na edição brasileira.




Também nem precisava disso para os caras ganharem o troféu Culhões do Ano. As outras letras são do mesmo calibre e destilam porções equivalentes de veneno. Em "KKK Bitch ", Ice-T bombardeia: "Ela ficou alucinada no banheiro do camarim/ chupou meu pau como uma porra de um aspirador/ Disse: ´Eu te amo, mas meu pai não brinca, ele é o chefão fodido da KKK (Ku Klux Klan). "Evil Dick" (algo como "caralho diabólico") é sexo, sexo e sexo. "Evil Dick gosta de lugares quentes e úmidos/Evil Dick não liga para rostos/ Evil Dick gosta de lugares jovens, apertados e pequenos...", canta o rapper dando uma de Wando.





O legal é que o Body Count não fica só em letras polêmicas. O grupo resgata um dos maiores valores do punk: a fuleiragem. Ninguém toca bem, mas todo mundo toca com raiva. O que já é mais do que bom em se tratando de rock´n´roll. A essência do gênero está na fúria. "Body Count Anthem" eleva essa teoria à potência máxima. Numa Over de guitarras saturadas e ritmos travados, o som arromba os alto-falantes com o grito de guerra dos caras. "Body Count´s In The House"e "Body Count" fecham a tríade com o nome da banda.





A primeira é o elo-perdido entre o trabalho solo de Ice-T e a pancadaria do grupo. A segunda é um punk rock típico com letra de rap - "Eu ouço isso toda noite! mais um tiroteio lá tensão cresce/junto com a contagem de corpos". "Voodoo" lembra Cramps, no tema e na levada groovie. Só que muito mais pesado. Entre um petardo e outro, vinhetas "politicamente incorretas" ou simplesmente absurdas costuram tudo. Ouça no talo que a treta com os vizinhos é garantida.




|FICHA TÉCNICA|

lançamento|21 de Agosto de 1990
produção|Ice-T, Ernie C.
estúdio|One-on-One Recorders, Syndicate Studio West (North Hollywood, California)
duração| 52:59
selo|Sire/Warner Bros. Records
prensagem|Brasil
encarte|sim

|FORMAÇÃO|

Ice-T – lead vocals
Ernie C. – lead, rhythm and acoustic guitars
Mooseman – bass
D-Roc – rhythm guitar
Beatmaster "V" – drums


|MÚSICAS|
A1 - “Smoked Pork" — 0:46 (Ice-T)
A2 - "Body Count's in the House" — 3:24 (Ice-T/Ernie C)
A3 - "Now Sports" — 0:04 (Ice-T)
A4 - "Body Count" — 5:17 (Ice-T/Ernie C)
A5 - "A Statistic" — 0:06 (Ice-T)
A6 - "Bowels of the Devil" — 3:43 (Ice-T/Ernie C)
A7 - "The Real Problem" — 0:11 (Ice-T)
A8 - "KKK Bitch" — 2:52 (Ice-T/Ernie C)
A9 - "C Note" — 1:35 (Ernie C)
A10 - "Voodoo" — 5:00 (Ice-T/Ernie C)
A11 - "The Winner Loses" — 6:32 (Ernie C)
B1 - "There Goes the Neighborhood" — 5:50 (Ice-T/Ernie C)
B2 - "Oprah" — 0:06 (Ice-T)
B3 - "Evil Dick" — 3:58 (Ice-T/Ernie C)
B4 - "Body Count Anthem" — 2:46 (Ice-T/Ernie C)
B5 - "Momma's Gotta Die Tonight" — 6:10 (Ice-T/Ernie C)
B6 - "Freedom of Speech"[12] — 4:41 (Ice-T/Biafra)

|VÍDEOS|

There Goes the Neighborhood

4 comentários:

  1. Anos 90 = Massacre de L.A. , Ministry, Body Count, White Zombie, Pantera, Judgment Night...muita treta

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  2. @Vitor

    Vitor, obrigado pelos elogios, continue acompanhando o Blog.

    Abraços!

    Vinilgrafias®

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  3. @Carlos

    Valeu Carlos, realmente o inicio dos anos 90 foi bastante conturbado porém cheio de classicos na area musical e o Body Count é um deles.

    Continue nos acompanhando!

    Abraço.

    Vinilgrafias®

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