((( VINILGRAFIAS )))

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Kraftwerk - Radioactivity [1975]


Curtir Radio-Activity (1975) é a mesmíssima coisa que curtir Dark Side of the Moon, do Pink Floyd não basta escutar uma música apenas, tem que ouvir o disco em sua totalidade e assimilar seu desenvolvimento e evolução.
Muitos podem me malhar nesse instante por postar um disco de uma banda eletrônica, mas sejamos honestos, francos e racionais: o Kraftwerk é talvez, a única banda verdadeiramente eletrônica.
Eu explico: ouvi vários mitos a respeito desses alemães e um deles diz que seus integrantes eram engenheiros eletrônicos e construíam seus próprios instrumentos.
Se é verdade ou não, eu não sei... o fato é que isso não diminui sua importância para a música em geral.
Sou bem radical nesse quesito: falar que o Kraftwerk é o pai ou avô da música eletrônica, para mim, é balela.
Kraftwerk é único e o que vem depois deles é merda pura. Não vamos culpar esses caras por toda porcaria que surgiu nos anos 80 e nem por toda a merda e escarro tecnológico dos anos 90 e 2000.


Infelizmente, creio eu, o mesmo sujeito chamado Robert Moog, que criou uma maravilhosa parafernália tecnológica chamada Minimoog, no final dos anos 60 - que foi a base do som do Kraftwerk nos anos 70 - também lançou as bases para a música eletrônica dos 80 e também serviu de base para a criação da música eletrônica, ainda nos 80's e, posteriormente, nos 90's e 2000's, com o advento de programas como Protools e afins.
Portanto, liberto o Kraftwerk de qualquer culpa, mesmo não sendo Deus para isso.
Radio-Activity surgiu à base de muito Minimoog, Mellotron, bateria eletrônica jurássica e algo mais que o valha.
Totalmente frio, calculista e sem exprimir qualquer sentimento de emoção ou prazer, ainda assim, Radio-Activity nos transporta a uma Alemanha da metade dos anos 70, onde quatro cidadãos divulgavam sua novíssima idéia musical, à base de sintetizadores britânicos, para um público diverso.
A idéia foi assimilada de maneira rápida e a banda despontou cada vez mais, alavancando um público maior e de diferentes nações, afinal de contas, sua proposta musical era completamente inovadora.


Talvez, ainda na primeira metade dos anos 70, um dos poucos músicos a se arriscar em campos "desconhecidos" tenha sido o pianista erudito John Cage, precursor do piano percussivo, à base de intervenções de timbres e técnicas que incluíam a inserção de objetos nas cordas do piano, como copo de vidro por exemplo, para alterar a sonoridade do instrumento.
Se vamos falar de Kraftwerk, então, assunto encerrado.
Geiger Counter abre o disco em alusão ao período frio que o mundo, em especial a Europa, vivia naquele ano de 1975. Vale lembrar, mais uma vez, em duas obras do Pink Floyd, que representam bem essa idéia: Wish You Were Here (1975) e Animals (1977).
Guerra fria em sua potência máxima e o planeta aguardando apenas uma explosão nuclear. O mundo estava amedrontado e criou-se uma expectativa muito grande. Ainda bem que não aconteceu...



*por [blog câmara do eco]













Radioactivity
(a música) nos proporciona uma grande expectativa à base de teclado Mellotron, pautado em efeitos osciladores de frequência. Viagem pura...
A grande surpresa está em Radioland: o Kraftwerk vem à tona em sua potência máxima, ou seja, todos os instrumentos eletrônicos sobre uma base forte e constante de bateria eletrônica, em uma música que, por incrível que pareça, inspira alegria.
Mais uma vez, o velho Mellotron fazendo as bases...
Não vou resenhar o disco inteiro, isso enche o saco; portanto, baixe agora e tire suas próprias conclusões.
Procure também por Autobahn (1974) e Trans-Europe Express (1977): se gostar de Kraftwerk bem, se não gostar, amém.
NINGUÉM se aproxima de Kraftwerk. Kraftwerk é ÚNICO.





FICHA TÉCNICA
lançamento | Outubro de 1975produção | Ralf Hütter, Florian Schneiderestúdio | Kling Klang Studio - Düsseldorf, Germanyduração | 37:38
selo | Capitol Records, Inc.
prensagem | Brasilencarte | Não
Artwork By | Emil Schult
Engineer | Peter Bollig
Lyrics By [Words], Music By, Producer Florian Schneider , Ralf Hütter
Photography | Robert Franck
Written-By | Schult* (tracks: A2 to A4, B1 to B4) , F. Schneider* (tracks: A1, A5, A6, B5, B6) , Schneider* (tracks: A2 to A4, B1 to B4) , R. Hütter* (tracks: A1, A5, A6, B5, B6) , Hütter* (tracks: A2 to A4, B1 to B4)


|MÚSICAS|
Side A

A1 Geiger Counter 1:04A2 Radioactivity 6:44A3 Radioland 5:53A4 Airwaves 4:53A5 Intermission 0:15A6 News 1:31

Side BB1 The Voice Of Energy 0:54B2 Antenna 3:45B3 Radio Stars 3:38B4 Uranium 1:24B5 Transistor 2:15B6 Ohm Sweet Ohm 5:40

|VÍDEOS|
Antenna | Radioactivity | Live BBC






















domingo, 26 de dezembro de 2010

The Verve - Urban Hymns [1997]



Em 1997 o The Verve já era uma banda rodada e com bons álbuns lançados, porém ainda não havia emplacado um grande sucesso no mainstream. Além disso, a banda convivia com problemas internos, até havia se separado e voltado neste neste período, devido a problemas de relacionamento entre Richard Ashcroft e outros membros da banda, principalmente Nick McCabe. Entretanto em setembro daquele ando tudo mudou, a banda lança Urban Hymns” e, finalmente, alcança sucesso no mainstream. Vamos à alguns a cenário do momento em que foi lançado este álbum.
  • Oasis lança o “Be Here Now” que gera um sucesso de publico em primeiro momento, mas o álbum sucumbiu a críticas e o BritPop parecia estar acabado;
  • O Blur estava alcançando sucesso nos EUA com “Song 2″ e cia;
  • O Radiohead tinha acabado de lançar o seu grande álbum até então, “OK Computer”;
  • O No Doubt estava nas paradas com “Don’t Speak” e “Mmm Bop” dos Hanson também fazia muito sucesso;
  • As Spice Girls eram sucesso retumbante no mundo todo, o mundo estava caminhando para um era um tanto pop.
  • No entanto, o Ocean Color Scene e o Supergrass haviam lançado bons álbuns;
  • O The Verve vinha do difícil “A Storm in Heaven”, o mais fácil “A Nothern Soul” e de problemas internos.
Em meio ao ápice e o inicio do fim do que ficou conhecido como BritPop e as boybands começando a tomar cada vez mais espaço, o “Urban Hymns” é o álbum que lança o The Verve no que ficou conhecido como BritPop. Porém, é evidente que o BritPop não é um estilo de música e sim um momento que ocorreu na música pop britânica, entretanto o The Verve até então não se encaixava embaixo desta rótulo por um simples motivo: sua música não era pop. Em parte esta aproximação com o movimento vigente no Reino Unido ocorreu em seu álbum anterior com as músicas “History” e “On Your Own”, porém isso não era suficiente para classificar a banda, mas o terceiro álbum da banda foi além.
O álbum começa com seu maior clássico, uma música que todo mundo conhece, aquela que faz muitos pensarem que o The Verve é uma banda de um álbum só, aquela que muita gente que conhece acha que é do Oasis, aquela do clipe em que o carinha sai andando em linha reta trombando em todo mundo, aquela que virou símbolo do BritPop, sim…aquela. “Bittersweet Symphony” abre o álbum de maneira impecável com sua introdução com orquestra, introdução esta que gerou problemas da banda com Jagger e Richards que requisitaram a composição da música por conta do uso de sample de “The Last Time” do Stones e conseguiram. Ashcroft comentou sobre o incidente: “Esta é a melhor música composta por Jagger e Richards nos últimos 20 anos”. Ser composta por Ashcroft ou pela dupla do Stones é o de menos, a verdade é que esta é uma das melhores músicas dos 90′s e até hoje é usada em campanhas publicitarias e afins.

A balada “Sonnet” entra na seqüência com sua espiritualidade e com uma formação que combina o violão e violinos à guitarra de Nick McCabe, este inicio mostra uma banda bem diferente da que gravou seus primeiro álbum, porém isto muda um pouco de figura em “The Rolling People”, esta música é um rock quase “ledzepeliano” de 7 minutos com guitarras traçando em todas as direções, um vocal gritado, psicodelia e dinamismo, uma quebra no clima de baladas que da uma boa dinâmica o álbum. Na sequência a bela “The Drugs Don’t Work” que tem como tema a morte do pai de Richard Ashcroft, uma das passagens mais bacanas da música é parte do refrão quando é cantado “Now the drugs don’t work/They just make you worse” em referência aos medicamentos que o pai de Richard tomava para prolongar seu tempo de vida.
Em mais uma quebra no clima “baladeiro” do álbum, “Catching The Butterfly” é um rock no estilo de “The Rolling People”, porém um pouco menos agressivo e lembrando mais o The Verve de outras empreitadas. Esta “volta às origens” é bem mais evidente em “Neon Widerness”, música esta que caberia em qualquer dos dois primeiros álbuns da banda devido ao abuso de efeitos criando um atmosfera de ruídos onde o vocal passeia em versos soltos e hipnóticos, quase falados. Na sequência, “Space And Time”, uma balada rock com mais guitarras que as anteriores do álbum, e “Weeping Willow”, um pedido de ajuda em forma de música.


A nona faixa é “Luck Man”, talvez a segunda música mais conhecida da banda, falando sobre as contradições da vida, as sua transições, altos e baixos, esta música entrou na lista de música que Bono Vox (vocalista do U2) gostaria de ter escrito. O álbum segue com a balada “One Day” e a eletrônica e reflexiva “This Time” falando sobre a vida. Os violinos e o vocal dos versos lentos de “Velvet Morning” junto a sua aceleração no refrão dão uma dinâmica à esta música que quase resume do álbum em sua estrutura. O álbum termina com a explosão “Come On” e a participação de Liam Gallagher gritando “Fuck You!” na parte de final da música.
“Urban Hymns” pode não ter sido revolucionário como “Ok Computer”, abridor de espaços como “Definitely Maybe”“Nevermind” e “Dookie”, porém é um álbum que marcou o fim de uma era, foi o álbum que decretou o fim do BritPop por ter sido o último álbum que pode ser considerado daquele movimento que fez grande sucesso, após isso o que se viu foram as bandas que faziam parte daquele momento da música britânica saírem de cena dando lugar a bandas novas, bandas estas que foram influências por aquelas que fizeram história nos anos 90. Evidente que muitas da bandas do dito BritPop ainda estão em atividade, porém aquele momento acabou e, provavelmente, “Urban Hymns”, por mais contraditório que seja, decretou o fim.


*por blog istoemusica
























((( FICHA TÉCNICA )))

lançamento| 29 de Setembro de 1997
produção| The Verve, Chris Potter, Youth
estúdio| 13 October 1996 – 4 August 1997, Olympic Studios, London
duração| 75:58
selo| Hut, Virgin
prensagem| EUA, Vinil 180Gram, Qualidade Audiófila, Edição Limitada.
encarte| Gatefold
|CRÉDITOS|
Arranged By [Strings], Conductor - Wil Malone
Co-producer - Andrew Loog Oldham (tracks: A1) , Chris Potter (tracks: B2 to C2, D3) , Youth (tracks: A1 to B1, C3 to D2)
Mixed By [Additional] - Chris Potter (tracks: A1 to B1, C3 to D2)
Producer - Verve, The
Programmed By - Mel Wesson , Paul Taylor (2)
Recorded By - Chris Potter

((( FORMAÇÃO )))
Richard Ashcroft – vocals, guitar
Nick McCabe –
lead guitar
Simon Jones –
bass guitar
Peter Salisbury –
drums
Simon Tong –
guitar, keyboards




((( MÚSICAS )))
A1 Bitter Sweet Symphony
Orchestra - Andrew Loog Oldham Orchestra
A2
Sonnet
A3
The Rolling People
B1 The Drugs Don't Work
B2 Catching The Butterfly
B3
Neon Wilderness
C1 Space And Time
C2
Weeping Willow
C3
Lucky Man
C4
One Day
D1 This Time
D2
Velvet Morning
D3
Come On

((( SINGLES )))
"Bitter Sweet Symphony"
Released: 16 June 1997
"The Drugs Don't Work"
Released: 1 September 1997
"Lucky Man"
Released: 24 November 1997
"Sonnet"
Released: 2 March 1998




|VÍDEOS|
Bitter Sweet Symphony| The Drugs Don't Work | Lucky Man | Sonnet







quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Led Zeppelin - IV [1971]


Levado a pelo menos duas gerações de adolescentes a tocar guitarras imaginárias no quarto, Led Zeppelin IV praticamente definiu o Hard Rock e o Heavy Metal. O álbum tem um pouco de folk music, blues, rock'n' roll e sons psicodélicos. Não há engano: este também era o som da banda se preparando para encher estádios. Faixas cheias de riffs com "Black Dog" e "Rock And Roll" parecem ensurdecedoras perto das meditações espirituais de "Misty Mountain Hope" e "Going To California". "Starway To Heaven" revelou a crescente obcessão do grupo pelo oculto, a religião e a mitologia inglesa(haviam rumores de que, se tocada de trás para frente, a faixa revelaria mensagens satânicas). A performance de Jimmy Page - especialmente os dois ferozes solos de de "Starway To Heaven" influênciaria legiões de grupos de rock como Aerosmith, Metallica, Gun's And Roses e Tool.


A mística do álbum foi alimentada ainda pela capa, que não contém o nome da banda nem do disco (dai seus apelidos "Four Symbols" e "Zoso" em referência aos símbolos rúnicos na parte interna). Isso posto é bom resaltar que o disco sofre, se bem que apenas ocasionalmente, de excesso de pretenção. Se o álbum anterior, predominantemente acústico, era um pouco mais humilde, este mostra o Led Zepellin em seu estado mais pomposo, e essa grandiosidade sonora deixou espaço para a banda ser ridicularizada. Cinco anos depois, o Heavy Metal seria superado pelo Punk Rock, um anúncio fúnebre para grupos como o Led Zepellin. Mas isso ainda estava por vir. Led Zeppelin IV revela uma banda no auge do seus poderes - e com muita honra.


do livro | "1001 discos para ouvir antes de morrer"








|FICHA TÉCNICA|

lançamento| 08 de Novembro de 1971
produção
| Jimmy Pageestúdio| December 1970 – March 1971 at various locations
duração| 42:33
selo|Atlantic Recordsprensagem| Brasilencarte| Gatefold





|CRÉDITOS|

Led Zeppelin

* Jimmy Page – acoustic and electric guitar, mandolin, production, remastering, digital remastering
* Robert Plant – vocals, harmonica
* John Bonham – drums
* John Paul Jones – synthesizer, bass guitar, keyboards, mandolin, recorders

Additional musicians

* Sandy Denny – vocals on "The Battle of Evermore"
* Ian Stewart – piano on "Rock and Roll" (uncredited)

Production

* Barrington Colby MOM – The Hermit illustration
* George Chkiantz – mixing
* Peter Grant – executive producer
* Graphreaks – design coordinator
* Andy Johns – engineering, mixing
* George Marino – remastered (1990 Compact Disc re-release)
* Joe Sidore – mastering (original Compact Disc release)

|MÚSICAS|

Side A
A1
Black Dog 4:55
A2 Rock And Roll 3:40
A3 The Battle Of Evermore 5:38
A4 Stairway To Heaven 7:55

Side B
B1 Misty Mountain Hop 4:39
B2 Four Sticks 4:49
B3 Going To California 3:36
B4 When The Levee Breaks 7:08






|VÍDEOS|

Stairway To Heaven | Black Dog | Going To California









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